martes, 14 de abril de 2009

Gilberto Gil-Piratería es Desobediencia Civil


Gilberto Gil, músico y ex-Ministro de Cultura de Brasil.


(habría que traducirla entera pero estoy cansado, si alguien quiere seguirla envíe la traducción a:
ppiratargentino#gmail.com, reemplace # por @).

Fuente "Terra Magazine".

Terra Magazine - ¿La industria fonográfica cedió a esta nueva democracia?
Gilberto Gil - Si. Si no cedió todavía, parcialmente o en algunos aspectos, es una cuestión de tiempo, no tiene mucho mas para resistir. No se en qué basa esa lógica de hegemonia y dominación del modelo industrial de la cultura, sea por lo que sea, en qué base ellos van a buscar sustentar una visión para mantener sus intereses intactos. No si. No lo veo. Hablo de democracia exactamente en este sentido. Hay un ímpetu. Todo lo que ellos crean, todo lo que es producido por el mundo hegemónico de la dominación capitalista, es elemento de fortalecimiento de la base democrática. Tomás todas las tecnologias nuevs, todo lo que está en Nasdaq, los grandes emprendimentos de la industria de punta en el mundo... Yo estaba hablando desde un computador de diez dólares! Estará pronto el proyecto de la India y de Japón. Cuando hablás desde un computador de diez dólares, ¿de qué exclusión digital podés estar hablando a mediano plazo? En el momento en que haya computadores desparramados por ahí, ¿como evitarás el MP3, el MP4 e etc. etc. etc.? No podrán.

Todavía puede existir uma RIA, la sociedad de las industrias fonográficas estadounidenses, que hacen lobby en el Congresso, todavía presiona a la Suprema Corte de Estados Unidos para que los jóvenes no ganen su causa... Todaía puede, ¿por qué? Porque es la clase media estadounidense, la sociedad americana que tiene computador. Pero los grandes mercados mundiales de la música todavía están como ellos, que todavía venden discos, todavía venden DVDs. En el momento en que un pibe de una tribu de no se dónde, de los suburbios, tenga computador, y los cibercafés estén en todas las casas, cada casa sera una lan-house (risas), en todas las favelas... ¿Cómo van a controlar el desarrollo? ¿No es el desdoblamiento natural de los productos, de las tecnologías, de los instrumentos, de las herramientas, que ellos mismos oferecieron?


¿En Brasil, no se puede cambiar? Gran parte de los artistas se acomodó mucho más a la visión conservadora que la propia industria fonográfica. Porque la indústria lo siente en el bolsillo.

Se siente más rápido porque los artistas cobran por último! (risas) Ellos cobran las migajas que la indystria les deja a ellos. Pero quien cobra el volumen más gordo es la industria, ellos saben en donde está el agujero. Ellos están empezando... Aunque hayan llegado tarde también. Ves que todo el análisis más fino que el sistema hace en los Estados Unidos y en Europa es que ellos llegaron tarde. Tanto es así que ellos no consiguieron mucho más, ni lo consiguen. La Unión Europea llegó primero que ellos, ¿no?. Los forums informales mundiales, las redes mundiales, la blogósfera llegó primero. Todos llegaron primero que ellos.

¿Por qué resistir?
Eles querem resistir. Porque isso é natural, eles são refratários, são acomodados, e são ciosos dos seus interesses, que eles tendem a interpretar como seus direitos. Acham que seus interesses têm que ser interpretados como seus direitos. Às vezes não são seus direitos, são só seus interesses, que não precisam ser respeitados como direitos. Não são direitos, não. A pirataria tem direito a desafiá-los. Pirataria é desobediência civil. Tem que ser vista assim, também. Não tem que ser vista só como criminalidade. Tem que ser vista como desobediência civil! Assim como os protestos das esquerdas, dos sindicatos...

É resposta à exclusão cultural?
É resposta à exclusão, um desafio para a criação de novos modelos, um desafio para a abertura de espaços mais democráticos, de participação. Não à toa está sendo politizada. O Partido Pirata já tem 2% do eleitorado na Suécia. Já tá concorrendo, já tem candidatos concorrendo na Alemanha. Por exemplo, nós já temos o OPP, o POP, Partido da Organização Pirata, na Suécia...

Tem que ser Pop mesmo...
É... No Brasil, devia ser Pop!

O Brasil já teve a pirataria avant-première, com Tropa de Elite.
Pois é! Coisas desse tipo. São antecipações irrecusáveis, que precisam ser feitas, porque são experimentalistas, são feitas com a missão generosa de ampliar os espaços, forçar a elasticidade. Não são necessariamente só associação criminosa. Então, a criação dos partidos da pirataria... Estou falando de três ou quatro países que já os têm, como a Suécia, uma civilização, uma sociedade irrepreensível, pelos nossos próprios padrões de leitura. Tá lá o partido advogando as questões da pirataria, colocando em leitos mais seguros, em canalizações mais convenientes a discussão sobre o que é propriamente crime, o que não é crime, o que deve ser descriminalizado, através de novas legislações. Uma idéia de que, ainda que seja pirataria hoje, não deverá mais ser pirataria amanhã.

Com sua obra, você abriu um flanco para a pirataria?
É evidente. Fiz propositalmente, pra dizer: nós precisamos ter bases experimentais para essa elasticidade, para essa visão nova, para essa nova formação de compartilhamentos. Fiz, fiz, porque fiz.

Mas foram dois flancos: na sua obra e no Ministério da Cultura, abrindo o debate.
Porque o Estado tem esse papel, o Estado renovado... Na nossa conversa anterior à entrevista, falávamos no papel da próxima eleição no Brasil. O discurso eleitoral vai ter que incorporar essas questões todas. Aqueles que almejem à presidência vão ter que cuidar dessas coisas, vão precisar falar dessas coisas, vão precisar trabalhar essas questões de uma forma mais adequada, mais contemporânea. Não vão poder ignorar essas questões. Ali, como ministro, eu disse: na parte que me toca, esse ministério é da Cultura e uma das questões a reformar no País é a Cultura, a interpretação do papel do Estado, do papel da sociedade, da sociedade do direito, o que é o Direito, quais são os direitos difusos que vão aparecendo cada vez mais, a partir de novas configurações de sociabilidade. Fiz mesmo. Fiz com toda consciência.



Fuente "Terra Magazine".



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